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Por um dia das mães feminista
Texto originalmente postado no Blog Flores Petalum no dia das mães de 2020. Como a Flores tirou o blog do ar, repostei aqui porque eu gosto desse texto.
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Eu não me lembro de ter um homem em casa. Quer dizer, um que fosse “o homem da casa”, que servisse pra alguma coisa. Quer dizer, meus tios que já moraram com a gente ajudavam com alguma coisinha aqui e ali, mas quem mandou na casa sempre foi, adivinha? Minha mãe.
Meus pais se separaram muito cedo, e não, eu não tenho nenhum trauma de infância a respeito disso. Crescer só com a minha mãe no comando me ensinou uma porção de coisas, inconscientemente, coisas que moldaram minha personalidade e meu jeito de ver o mundo.
Meu pai, como eu disse, teve a bunda chutada quando eu tinha uns 4 anos e mamãe e eu fomos morar sozinhas – a gente até mudou de casa, foi minha primeira mudança, e foi meio que um divisor de águas essa mudança. Eu tenho umas lembranças aleatórias da primeira casa e sou capaz de desenhar a disposição dos cômodos de lá, mas eu não lembro de como era ter o meu pai em casa.
Eventualmente nós nos mudamos de novo, e foi durante a parte da vida do “apartamento no prédio fantasma sem janela na sala” que meus tios gêmeos moraram com a gente, um de cada vez. Mas eles ficavam no canto deles e sinceramente eu não lembro nem deles comendo na mesa com a gente. Quem mandava e quem fazia de tudo era minha mãe.
Depois disso, veio o pai da minha irmã. Essa é outra longa história que não vem ao caso, o importante é que veio a minha irmã, e ela foi outro divisor de águas, outra mudança de casa, e parecia que o pai dela fazia nossa casa de taberna: era um lugar que ele só dormia, bebia e via jogo na tevê. Não demorou pra ter a bunda chutada também, afinal quem manda aqui é minha mãe!
E assim começamos a ser só nós três. Há tantas histórias que eu poderia contar, mágoas que eu podia chorar, mas eu quero falar da minha mãe, o quanto ela sempre foi guerreira, o quanto ela comeu o pão que o diabo amassou pra colocar comida na nossa boca e o quanto sempre foi a general suprema absoluta da coisa toda.
Tinha uma época, que ai de mim se nove e meia da manhã tivesse alguém de pijama e cama desarrumada! Mas de noite, podia levar as cobertas pra sala pra gente assistir tevê juntas. Eu quebrei um jogo de copos e dois jogos de xícara inteiros no primeiro ano em que ela começou a me mandar lavar louça, porque eu empilhava a louça ensaboada de um lado da pia, e o que podia dar errado? Levei mais broncas do que posso contar. “Pare de andar de meia na casa, menina, vá colocar um chinelo, senão eu vou colocar você pra esfregar essas suas meias encardidas!” Pois foi exatamente o que ela fez, algumas manhãs esfregando meias imundas me fizeram NUNCA MAIS pisar no chão da casa de meia sem um chinelo entre a meia e o chão.
A general era linha dura. Mas minha mãe sempre foi muito aberta e honesta comigo, a respeito de tudo. Eu me recordo que foi depois que ela me ensinou a fazer conta de menos que eu comecei a observá-la sentada na mesma cadeira que eu fazia a lição, pra calcular as contas da casa. “O que você tá fazendo, mãe?” “Orçamento”, respondia ela. “Que isso?” “Estou vendo como vamos pagar as contas, não sei se vai ter dinheiro pra tudo”. Eu me lembro da primeira vez que ela chegou em casa e disse que tinha tomado um empréstimo, me explicou como funcionava isso e eu, na minha cabecinha que ainda estava aprendendo a fazer a tabuada, fiquei preocupada com essa história de orçamento e “se estava difícil pagar as contas que já tinha, esse tal empréstimo não vai virar mais uma conta pra ter que pagar?”
Depois ela engravidou, quando eu tinha dez anos. Eu já contei a história, e depois que ela chutou a bunda do pai da minha irmã, mais uma mudança, mais um divisor de águas, acho que foi a parte mais difícil da vida com a maninha pequetita; minha mãe passou poucas e boas nessa época, porque os patrões dela na época resolveram dar a licença maternidade e todas as férias atrasadas do mundo (a minha mãe nunca, absolutamente nunca tirava férias quando eu era criança) e quando ela estava pra voltar a trabalhar, eles a chamaram lá e deram a conta na maior cara dura. Aí foram uns 4 anos comendo o pão que o diabo amassou de novo, eu com a irmã no colo e olhando a minha mãe se virando nos 30 pra pagar as contas e nos alimentar.
Essa época eu era adolescente e estava começando a sair de casa sozinha, pra pagar uma conta pra ela quando ela não podia, ir num mercado um pouco mais longe pra comprar uma coisa específica que não tinha no mercadinho do bairro, pegar um ônibus sozinha pra comprar um presente pra uma pessoa que ia fazer aniversário e ela não tinha tempo pra ir lá, esse tipo de coisa. E eu comecei a querer fazer uns cursos, aprender algo além do que eu tinha na escola, afinal a essa altura eu já tinha passado três anos na escola de tempo integral, bitolada o suficiente com o mais do mesmo habitual e nada de diferente e que eu sentisse que fosse fazer diferença na minha vida. E foi difícil eu conseguir a confiança da minha mãe porque a essa altura eu também já tinha pisado na bola um número suficiente de vezes pra ela ficar com o pé atrás quando eu quisesse fazer alguma coisa sozinha por aí. Eventualmente nós superamos isso; mas ainda hoje, se eu não aviso que vou ter que fazer uma hora extra, ela começa a me ligar perguntando onde eu tô.
E foi difícil também porque eu tive que abrir mão de umas oportunidades que eu tive de fazer um curso de web design, porque o horário ou era muito tarde, ou era justamente no horário em que eu tinha que ficar com a minha irmã em casa, “então por que você não faz essa outra opção de curso agora, e mais pra frente a gente dá um jeito de você fazer esse que você quer?” “Tudo bem, mãe”, porque eu sabia que a minha mínima obrigação era ficar com a pequena em casa no intervalo de tempo que ela saía da escolinha e minha mãe voltava pra casa.
Hoje eu penso que, ao mesmo tempo em que eu “adulteci” muito rápido nessa época, por ter plena consciência de que as minhas coisas podiam esperar, afinal tinha uma criança pequena em casa e eu tinha que ajudar a cuidar. Mas ao mesmo tempo eu me sentia imatura pra essa responsabilidade e não sabia por que ela tinha que cair na minha cabeça, então, bem, adolescente é tudo igual, só muda de endereço né?
Mas por trás de tudo isso, que parece até que eu só tô reclamando, eu aprendia inconscientemente um monte de coisa. Nada vem fácil na vida. Às vezes você tem que abrir mão de algo que quer muito, pelo bem da sua família. Você tem que comer muito arroz e feijão pra conseguir o que quer. E às vezes você tem que deixar de comer arroz e feijão no almoço pra comer arroz e feijão na janta. Você tem que se virar e apanhar muito pra conseguir lidar com o básico, depois você pensa no que mais há da vida. Você não pode sequer pensar em depender de alguém pra resolver qualquer coisa na sua vida, simplesmente há horas em que você tem que se virar sozinha. E você tem que se virar sozinha. Você tem que se virar com o que você tem. Você tem que tirar leite de pedra de vez em quando. Você tem que dar a cara a tapa e não dar a mínima pro que os outros acham ou falam. O caminho é seu, a vida é sua, você que tem que saber o que você tá fazendo. Você tem que saber caminhar em silêncio, lidando com os seus problemas sem murmurar. Mas você também tem que ser humilde, saber pedir e aceitar ajuda quando precisar.
Hoje eu entendo que, talvez sem nem saber o que tava fazendo, minha mãe me ensinou a ser feminista. No sentido de ir lá e fazer. De tomar a responsabilidade para si. De não se contentar com o que vem e correr atrás de algo melhor. No sentido de matar as próprias baratas, trocar o próprio chuveiro e, pombas, meter a mão do motor do próprio carro (bem, essa foi por mim, porque minha mãe não dirige rs).
Minha mãe me ensinou a ser eu mesma (“você não é todo mundo”), a acreditar em mim mesma, a confiar no meu taco, a ir atrás do que eu quero. Minha mãe me ensinou que às vezes você tem que se mudar pra outro estado pra amadurecer, mas que quando você voltar ainda vai ter os mesmos defeitos e ainda vai fazer parte da casa. Minha mãe me ensinou a me virar sozinha, mas que também devo cuidar das pessoas da família e a ajudar-nos uns aos outros. Minha mãe me ensinou que tudo bem mudar de ideia, contanto que eu não desista. Minha mãe me ensinou a colocar as barbas de molho e a aprender com os erros dos outros. Minha mãe me ensinou o valor de cada coisa, o valor de estar junto.
Minha mãe me ensinou a pegar a chave de fenda e arrumar o plugue da tomada que estragou, me ensinou a pegar a chave de grifo e trocar a borrachinha da torneira que tá pingando, me ensinou a vedar ralo com cola de silicone, me ensinou a arregaçar as mangas e pintar a casa sozinha, me ensinou a deixar de ser fresca e trocar o próprio chuveiro.
Tem um conto que eu ouvi há muito tempo e que hoje tenho o livro onde esse conto está. Ele começa “Deus criou a mulher e com ela criou a fantasia”. Assim minha mãe me ensinou a criar histórias e mundos e coisas e a lidar com o tempo em que eu tive que passar sozinha em casa, ou cuidando da minha irmã. No decorrer dele, diz “Mas Deus criou a mulher e com ela criou a teimosia”. Foi assim que, tendo que abrir mão do curso de web design duas vezes, eu descobri o mundo mágico do conteúdo decente na internet e aprendi web design e web development sozinha, nunca desembolsei um centavo pra aprender HTML nem CSS nem PHP e assim descobri minha capacidade de ser autodidata e a aprender uma enorme gama de coisas para as quais nunca tive uma “oportunidade oficial”. No último arco do conto, “Deus criou a mulher e com ela criou o capricho”. E foi assim que minha mãe me ensinou a dar o melhor de mim em tudo que eu me dispuser a fazer, e é por isso que eu amo fazer cada coisa que eu aprendi, mesmo que até hoje ela não acredite muito.
Enfim, minha mãe não deu sorte no amor e teve uma filha de cada traste, e o ensinamento-mor foi que a gente pode muito bem se virar sozinha com nossos dois cromossomos X, sem macho pra encher o saco e sem ter que ficar ensinando a tirar o prato da mesa.
E, bem, se uma mãe dessa não for feminista, eu já não sei o que é isso.
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Faltam abraços sinceros, faltam conselhos, falta um eu te amo vindo do coração,falta colo pra chorar, ah meu Deus, agiliza aí um botão restauração de mamães.
Jonas r Cezar
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Réveillon
Apesar do meu arrependimento em virar o ano na praia, acreditando que Yemanjá me ajudaria nesse ano que se iniciava, (ora, diziam que era a minha mãe!), ao menos, eu achava que de alguma maneira comemorava e renovava os votos.
Tudo era melhor do que ficar em casa.
Passei a infância com viradas de anos fartas, casa cheia, sempre visitava nossa tia. Um ano novo de família margarina. A rua inteira nos visitavam.
O único constrangimento, era a minha mãe, bêbada, nos abraços da meia-noite, vir me dá longos conselhos.
Sendo que pelo resto do ano, ela negaria qualquer conselho/opinião/conversa comigo, que não seja me desaprovar e reprimir.
Tudo bem. Não estragava a festa.
A festa acabou quando D. Aparecida morreu.
Com minhas tias no "comando da casa" ainda tivemos natais e réveillons, porém, meu pai e minhas tias meteram os pés pelas mãos, traição, o inferno espírita que Leninha implantou no lar.
As duas desistiram e partiram.
De certa forma, ambas não aguentaram S. Miro. Muita briga, confusão, traição e ciúmes. Embora o mais perdido dos três fosse meu viúvo pai.
Acabou natal e réveillon. Meu pai simplesmente ignorava a data. Mesmo já casado com minha madrasta (coitada). Enquanto foi casado com ele. Se não fosse para casa da irmã, e arrastasse meu pai junto. 24/25 e 31/01 eram como qualquer outro.
Meus dois irmãos mais velhos, mesmo quando minha mãe ainda viva, já tinha suas namoradas pra visitar, casas de amigos... Eles cresceram com muita liberdade (e dinheiro) para construírem desde cedo, uma rede social independente.
Alex, às vezes passava na rua do meio, com coleguinhas de rua. E eu que nada tinha? Dormir, como eles faziam.
Uma vez, pouco antes da meia-noite, meu pai me chamou, já estava deitada, Alex estava presente também. Ele, junto com minha madrasta fomos para o ferro-velho. No caminho, ouvíamos as casas em festa. Na rua, os atrasados para chegarem em algum destino e não passar a virada na calçada, porém entusiasmados, rindo, até bêbados.
Um silêncio no carro.
Quando descemos, fiquei constrangida. O vizinho em festa, nos olhou chegando. Sem glamour, sem alegria. Eles participaram de todas as festas de final de ano que minha mãe fez.
No ferro-velho, descobri que o objetivo, era olhar os fogos na laje da nossa antiga casa.
Fiquei na varanda. Os três subiram e aguardaram.
Logo em seguida, nas últimas explosões, meu pai desceu e me desejou "feliz ano novo". Sem entusiasmo.
Concluí que qualquer lugar e companhia era melhor que com a minha família.
A máscara caiu.
A família em todos os sentidos que possa imaginar, unidade, união, felicidade, financeira, estava morta. Morreu junto com minha mãe.
Tim Tim!
#réveillon#feliz ano novo#happy new year#yemanjá#copacabana#boas festas#feliz 2025#brazil#brasil#80s#infancia#familia#texto propio#crônica#melancolia#mãe#pai
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Os gatos na minha vida
Quando eu era criança e morava no chalé, uma gatinha branca sempre ia me visitar. Ela ficava deitada no muro, perto do registro, e lá ficava por um tempão. Apelidamos ela de Frida lá em casa, e foi meu primeiro contato mais próximo com um gato - mesmo sem poder tocá-la.
É, nunca pude fazer carinho nela. Por estar sempre na rua, minha mãe, minha avó e minha tia nunca me deixaram tocar nela, pois não sabíamos se ela tinha alguma doença. É claro que eu sempre quis adotá-la, pegar para mim, dar todo amor e carinho do mundo! Mas felizmente ela já tinha uma dona, que era nossa vizinha de quadra.
Depois de um tempo, a Frida não voltou mais. Não sei o que aconteceu para ela não retornar, pois ainda a via na casa da vizinha; ela apenas não vinha mais fazer a visita diária.
Não sei quando surgiu minha paixão por gatos, mas sei que ela continua muito forte até hoje. Desde criança, sempre quis ter um felino para chamar de meu, embora não fosse viável por morar numa casa e ele poderia fugir.
Quando me mudei para um apê em 2018, lembro que um gato entrou no nosso carro quando estávamos vendo a vitrine de uma loja de móveis. A minha maior vontade era pegar ele pra mim, hehehe. Ele se esfregou nas nossas pernas e passeou por dentro do carro inteiro, e então saiu, e não o vimos mais.
E então vamos para novembro de 2021. O dia 12 foi um dos piores mas ao mesmo tempo mais especiais da minha vida, pois foi quando minha tia deixou a Terra e o Sollux, meu gato, chegou. Ir para o veterinário, onde ele estava me esperando de banho tomado e com uma pedrinha vermelha na testa, logo depois do funeral foi muito estranho. Eu e minha mãe não sabíamos o que sentir, pensar e fazer com a questão do luto, e ainda mais com um filhote conosco a partir de então.
Apesar de complicado o início, foi maravilhoso. Acompanhar o crescimento desse bichinho tão indefeso mas ao mesmo tempo tão bagunceiro foi uma experiência mágica.
Não sei o que seria de mim sem o Sollux e os demais gatos do mundo, que sempre que vejo fico tão feliz. Mesmo que sejam considerados quietos e misteriosos, são um dos animais mais dóceis do planeta.
#meu filho é lindo né olha que fofo ele puxou os olhos azuis da avó dele aka minha mãe#crônicas#sollux my really cool cat#escritora independente#autora independente#to escrevendo esse texto enquanto ouço a aula online sobre globalizaçãokkkk
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mulher-maravilha.
– alô, quem fala? – é a mulher maravilha, com quem você quer falar? foi assim durante muitos anos, pelo menos é como eu me lembro dela todas as vezes em que eu ligava em casa quando pequeno. hoje em dia ela atende o telefone como uma pessoa normal, mas eu sei que ali dentro, até hoje, existe a mulher-maravilha. inclusive eu tenho a certeza de que, com o tempo, ela colocou a capa da…
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Leva a blusa que vai esfriar no fim desse dia...
Acordei com o vazio do lugar… havia marcas de outro corpo — que não o meu — na cama. Agarrei o travesseiro enquanto me acostumava a ideia de vida em mais um dia de sol. Tantas coisas a fazer-pensar-executar. A realidade tem aromas de verão… se agiganta pelos arredores do corpo-alma. Sufoca-esgota… e a manhã chega ao fim antes que eu de fato acorde. Janela aberta para esse excesso de luz-sol… e…
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A quem virá
Vem, bagunça o meu lado da cama.
Talvez eu precise de bagunça mesmo, depois de passar tanto tempo fugindo de sentir qualquer coisa. Colorir minha vida com o caos do problema pode ser a melhor coisa que você vai fazer por mim. Me inunde com os seus dilemas e as suas crises: eu não vou achar que você é apegado demais à sua mãe ou que você é velho demais pra não largar esse videogame.
Vem, conversa comigo a noite toda.
A verdade é que ninguém cuidou de mim até hoje e só com você, mesmo de longe, eu abracei um abraço que me acolhia. O meu terror não te assustou, muito pelo contrário, sinto que você entendeu o peso de acessar o outro lado do meu sorriso.
Vem, mastiga alto do meu lado.
Porque eu tenho fome de viver com você e dividir meus dias - até mesmo os mais tediosos. Eu quero rir das bobeiras, chorar os dramas e viver todas as pequenas alegrias do seu lado. Eu quero ver você crescer e envelhecer comigo.
Vem, escreve a sua vida com a minha.
Com você o sorriso é mais largo, o riso é mais longo, o abraço é mais quente. Eu preciso de mais do que uma crônica escrito do seu lado - eu preciso do para sempre.
#amor#desabafo#brasil#namorado#webnamoro#relacionamentos#relacionamentoadistancia#dor#paixao#tesao#casamento#texto de amor#texto
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☾ ࣪ A altivez dos passos diz que é nobre o sangue que corre em ARABELLA ISOBEL DELAUNAY. Sendo OBSTINADA e SUBMISSA, elu foi escolhido como hospedeiro e protegido do RHIANNON. Aos VINTE E CINCO, cursa o NÍVEL OBSIDIANA II. Sua reputação é conhecida além das fronteiras, e dizem que se parece com ABIGAIL COWEN.
ℬ𝒶𝓈𝒾𝒸𝓈
nome : arabella isobel delaunay
apelidos : bella, izzie
idade : 25 anos
espécie : humana; khajol
protetora : rhiannon
família : viscondessa hellen delaunay; austin delaunay
seon: pesagus
extracurriculares : jornal hexwood; equitação
ℬ𝒾𝑜𝑔𝓇𝒶𝒻𝒾𝒶
Quando Arabella nasceu, sua chegada foi celebrada como uma bênção divina, especialmente por sua mãe, Hellen, que enxergava nela a continuidade da linhagem Delaunay e a realização de suas ambições. Seis anos após o nascimento do primeiro herdeiro, Arabella era carregada nos braços de sua mãe como a personificação do futuro próspero que ela almejava para a família.
Desde pequena, Arabella foi o foco das atenções de Hellen, que depositava nela todas as suas expectativas. Esse cuidado excessivo e cobrança intensa geraram sentimentos ambíguos: Arabella sentia tanto o peso do amor quanto o temor constante de não estar à altura das exigências maternas. Sua própria identidade parecia ofuscada pelas expectativas de sua mãe, que via na filha uma extensão de si mesma, incumbida de garantir o futuro da família através de seu ventre.
Com o tempo, a pressão aumentou, e Arabella se dividia entre o desejo de agradar e o medo de falhar. Ela orava diariamente aos deuses, pedindo que Hellen tivesse outra filha, alguém que a libertasse desse fardo. Sua mãe deu à luz uma menina, mas, para sua decepção, os olhares continuaram fixos em si. Agora, Arabella precisava ser um exemplo para a irmã mais nova e, de certa forma, sua postura também influenciaria o destino do irmão mais velho.
Desde a infância, Arabella buscava conforto nos sonhos recorrentes com uma mulher misteriosa, de longos cabelos, montada em um cavalo branco e cercada por pássaros. Embora o rosto dessa figura permanecesse oculto, ela sempre transmitia uma sensação de acolhimento. Mais tarde, Arabella descobriu que essa mulher era Rhiannon, sua deusa protetora.
A relação com o pai era complicada. Arabella o desprezava em parte, por estar absorto em sua vida boêmia e ignorar o fardo que ela carregava. Ela desejava que ele a defendesse de Hellen, algo que Arabella não conseguia fazer por si mesma.
Quando seu irmão partiu para a Academia, Arabella o invejou por estar longe, por ter sempre tido a coragem de seguir sua própria vida, enquanto ela permanecia presa às expectativas da mãe. Embora não nutrisse ressentimento pessoal contra ele, não podia evitar a solidão que sua ausência trouxe.
Com o passar dos anos, Arabella desenvolveu uma casca resistente para suportar as pressões de Hellen e a sensação de nunca ser boa o suficiente — mesmo que, publicamente, sua mãe sempre exaltasse o brilhantismo da filha. Pedia para que o irmão lhe enviasse cópias dos livros que estudava na Academia e se debruçou nos estudos, enquanto buscava forças para não se perder entre o que era e o que Hellen desejava. Entretanto, sequer sabia quem era longe das expectativas da mãe.
Arabella começou a escrever ainda jovem, encontrando nos pequenos poemas e crônicas uma forma de expressar sua realidade solitária. No início, seus escritos eram alegorias de sua vida sufocada pelas pressões familiares. Com o tempo, suas criações se expandiram para romances, fábulas e contos, que se tornaram seu refúgio em meio às intermináveis sessões de estudo que sua mãe lhe impunha. Para Arabella, a escrita era apenas um passatempo, uma maneira de aliviar a mente sobrecarregada.
Esse hobbie, no entanto, tomou um rumo inesperado quando Hellen encontrou seus manuscritos. Inicialmente, a mãe não escondeu seu desapontamento, considerando as horas dedicadas à escrita como "grandes bobagens". No entanto, seu pai, até então um personagem distante em sua vida, interferiu pela primeira vez. Ele sugeriu que as histórias fossem publicadas, argumentando que a poesia e a literatura também eram dons divinos, que os deuses certamente se agradariam.
Tímida e insegura, Arabella não tinha forças para confrontar a mãe, que se mostrou surpreendentemente disposta a enviar os escritos para amigos proprietários de um jornal influente. Arabella apenas pediu para publicar sob anonimato, um pedido que Hellen negou. Assim, aos 15 anos, Arabella viu-se catapultada a condição de "gênio literário", sem sequer ter a oportunidade de se esconder da exposição pública.
O novo status de Arabella trouxe-lhe parte da confiança que sempre lhe faltou, despertando nela um espírito de rebeldia. Ela começou a se opor à mãe com mais frequência e até passou a frequentar festas consideradas impróprias aos olhos de Hellen. Se era realmente tão brilhante quanto diziam, Arabella acreditava que tinha o direito de escolher o próprio caminho.
Para sua surpresa, Hellen lhe deu um prazo: três anos. Arabella poderia fazer o que quisesse nesse período, desde que não comprometesse permanentemente seu futuro. Ao final desse tempo, deveria abandonar qualquer distração e seguir seu "propósito" ao ingressar na Academia. Um pacto foi selado entre mãe e filha, e Arabella, relutante, concordou.
Quando a carta de aceitação finalmente chegou, Arabella entrou na Academia, determinada a cumprir o destino que lhe fora traçado desde o nascimento. Ao ser escolhida por Rhiannon, sua deusa protetora, sentiu, pela primeira vez, uma sensação de plenitude e propósito. A rebeldia deu lugar à aceitação de seu papel, e Arabella passou a seguir o caminho que a ligava não apenas à sua linhagem, mas ao seu destino espiritual. Ela faria o que fosse necessário para cumprir com seu destino e honrar sua linhagem, mesmo que tivesse de abdicar de sua felicidade.
ℐ𝓃𝓈𝓅𝑜
prudence blackwood (o mundo sombrio de sabrina); sally owens (da magia à sedução); mary shelley
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BOOBOO STEWART? Não! É apenas GILBERT ROCKBELL, ele é filho de HERMES e CONSELHEIRO do chalé ONZE e tem VINTE E SEIS anos. A TV Hefesto informa no guia de programação que ele está no NÍVEL III por estar no acampamento há DEZOITO ANOS, sabia? E se lá estiver certo, GIL é bastante ESPIRITUOSO, mas também dizem que ele é TRAPACEIRO. Mas você sabe como Hefesto é, sempre inventando fake news pra atrair audiência.
ɪ. 𝔭𝔬𝔡𝔢𝔯𝔢𝔰 —
Prestidigitação — Gilbert é capaz de produzir pequenos efeitos mágicos e inofensivos, em outras palavras, ele executa truques ilusórios. Algo que um mágico de rua ou um ladrão — ou um vigarista — seria capaz de fazer, porém, um pouco mais palpável. Dentro de um alcance de três metros, Gil pode criar efeitos sensoriais inofensivos, acender ou apagar instantaneamente pequenas fontes de fogo, projetar cores e símbolos em superfícies de objetos, limpar ou sujar um objeto e até criar uma imagem ilusória que cabe em sua mão. Definitivamente, não é uma habilidade muito útil em combate, visto que todos os efeitos são inofensivos e o alcance é curto, mas, para um trapaceiro como ele, o semideus certamente encontra usos interessantes para ela.
Percepção Ilusória [ habilidade passiva ] — Gilbert adquiriu a capacidade de ver através de ilusões, para ele é muito mais fácil identificar quando um efeito ou ação foram causados por magia ou criados a partir da manipulação da névoa. Assim, ele pode ver através de disfarces de monstros com maior facilidade, além disso, criaturas que utilizam manipulação de névoa possuem dificuldade para aplicar o efeito nele. Contudo, criaturas consideravelmente mais poderosas do que ele são capazes de ultrapassar suas resistências e fazê-lo cair em ilusões; nesse caso, o semideus ainda terá certa vantagem para ver através do que é falso, mas precisará se concentrar muito mais e gastar mais energia.
ɪɪ. 𝔥𝔞𝔟𝔦𝔩𝔦𝔡𝔞𝔡𝔢𝔰 —
Agilidade sobre-humana e velocidade sobre-humana.
ɪɪɪ. 𝔞𝔱𝔦𝔳𝔦𝔡𝔞𝔡𝔢𝔰 —
Conselheiro do Chalé de Hermes, Instrutor de Combate Corpo-a-Corpo e participa da Corrida de Obstáculos no Time Vermelho.
ɪᴠ. 𝔞𝔯𝔪𝔞𝔰 —
Gil tem um conjunto de três adagas de arremesso que retornam para seu cinto uma vez que acertam o alvo. Elas são feitas de bronze celestial, mas cada uma tem um design único, sendo uma delas uma adaga tradicional, a outra uma de lâmina curva e a última com a lâmina serrilhada. Quando precisa sair em missão ou entrar em combate, Gil gosta de mergulhar cada uma em tipos diferentes de venenos. Elas se chamam, respectivamente, Robin Hood, Houdini e Billy The Kid.
ᴠ. 𝔟𝔦𝔬𝔤𝔯𝔞𝔣𝔦𝔞—
— Gilbert nasceu da união de uma magnata de Manhattan, Elinor Rockbell, e o deus Hermes. Ele e sua irmã gêmea, Duncan, foram recebidos com muita alegria pela mulher que, perdidamente apaixonada pelo deus, via aquelas crianças como seus tesouros, fruto de seu amor verdadeiro. Contudo, deuses são ocupados, ainda mais o deus mensageiro. Quando Hermes se foi, Elinor entrou numa depressão profunda. Desenvolvendo um tipo de carência crônica e aversão à solidão, a modelo começou a adotar mais e mais crianças, numa tentativa desesperada de encher a enorme mansão do Upper East Side. Não que ela estivesse em condições emocionais de cuidar de nenhuma delas, porém, para Elinor, como uma mulher influente, era fácil conseguir o que queria. Nessa época, Gil e Duncan já estavam mais crescidos e, por estarem sempre juntos, acabaram atraindo um monstro que os atacou. Sem demora, os gêmeos foram levados ao Acampamento Meio-Sangue com apenas 8 anos de idade.
— O Acampamento Meio-Sangue é o verdadeiro lar de Gilbert, visto que foi lá onde cresceu e aprendeu a cuidar de si mesmo e de seus irmãos. O rapaz ainda faz visitas a Elinor, que, enquanto os gêmeos estavam no Acampamento, adotou um total de dez filhos. Apesar disso, ele não tem muito apego à casa da mãe, por mais que a ame, ou aos irmãos postiços e normalmente prefere passar o ano todo no Acampamento. Não o leve a mal, é só que depois de alguns anos tendo de se virar por conta própria com sua irmã, e com um centauro como a figura mais próxima de um pai, as coisas mudam. Além disso, sua relação com seus irmãos adotivos é estranha, para dizer o mínimo, uma vez que eles se veem uma vez por ano, e isso quando o encontro dá certo. Em resumo, sua relação com os Rockbell é distante, por mais que sua mãe sempre o receba com alegria, um quarto bem arrumado e inúmeros mimos.
— Como um dos membros mais antigos, foi quase natural para Gil eventualmente tornar-se Instrutor de Combate corpo-a-corpo, uma vez que seu poder único não possui caráter combativo, ele precisou aprender a compensar com proeza física. Sua agilidade acentuada contribui para ajudar nas instruções sobre esquiva e furtividade, suas especialidades, além de ele ser um alvo mais difícil de acertar graças à velocidade sobre-humana. Após alguns anos atuando como instrutor, o rapaz genuinamente tomou gosto pela função, e acredita que está no lugar certo ajudando novos semideuses a aprender a se defender e sobreviver. Além disso, devido ao tempo que ele mora no Acampamento e, portanto, aos anos vivendo no Chalé 11, ele não só está acostumado a cuidar de uma tropa de pirralhos, como também aprendeu a lidar com os problemas da maneira mais leve possível. Ele é um rapaz extremamente espirituoso, simpático e generoso, o que o tornaria uma excelente companhia, se não fosse seu problema com pequenos furtos. Gil é um cleptomaníaco com sérios problemas de controle de impulso, de forma que seus bolsos nunca estão vazios, mas, se você souber lidar com os roubos, as piadas completamente desequilibradas e o casual ar de alguém que está prestes a te passar a perna, ele é um bom amigo!
— Gilbert estava no jantar quando Rachel recitou a profecia, visto que raramente deixa o acampamento. O evento, logicamente, o deixou tenso, ainda mais com a subsequente mudança no clima local, fazendo-o imaginar que o que está por vir, o que quer que seja, é extremamente perigoso. Ele espera, genuinamente, que ele e a irmã não sejam convocados para nenhuma missão maluca, afinal, sendo perfeitamente honesto — algo relativamente raro para Gilbert —, ele gosta de viver.
ᴠɪ. 𝔱𝔯𝔦𝔳𝔦𝔞 —
— O estilo de luta de Gilbert se assemelha ao de um ladino, visto que é o mais adequado para ele levando em conta sua descendência divina. O semideus é veloz e talentoso com furtividade e com prestidigitação e opta por um estilo de combate que consiste, basicamente, de “bater e correr”, sendo capaz de danificar seus inimigos substancialmente enquanto evita ataques poderosos.
— Ele usa dos seus conhecimentos de combate furtivo e do seu instinto de sobrevivência aguçado para permear suas lições como instrutor de combate corpo-a-corpo. Gilbert e a irmã complementam as aulas com seus estilos diferentes, mas que se completam.
— Gil tem uma coleção de facas, canivetes e outras coisas pontiagudas que ele pode usar para espetar as pessoas das maneiras mais criativas possíveis, mas são todos itens mundanos, presentes de sua mãe. Seu favorito é um canivete suíço com um par de asas entalhadas na lateral, ele sempre carrega consigo, afinal, é um item muito útil.
— Inclusive, seus bolsos literalmente nunca estão vazios. Normalmente cheios de coisas pequenas que não lhe pertencem. Ele tem o costume de devolver as coisas que rouba... eventualmente.
— Embora seja impulsivo e um trapaceiro de marca maior, Gilbert é muito cuidadoso e responsável com as crianças do acampamento e, principalmente, com aqueles que ficam no Chalé de Hermes. Ele gosta de usar seus truques de prestidigitação para animar e distrair os moleques.
— Gilbert nunca pensou muito além do Acampamento, ou do que gostaria de fazer no mundo mortal, afinal, sua mãe é rica, ele já tem a profissão dos sonhos: herdeiro.
— Ele gosta de skate e seu estilo reflete um pouco isso, usando roupas bem despojadas e puxadas mais para o street em conjunto com as blusas do Acampamento Meio-Sangue.
— É pansexual e isso não é segredo, levando em conta que Gilbert é engual corrimão de quartel: todo mundo já passou a mão. Ele é assim: facinho facinho, afinal, caiu na rede é peixe! Ele gosta de deixar fluir e não quer se prender a compromissos, o que significa que ele sai correndo ao menor sinal de que um rolo possa se tornar sério.
#swf:intro#lembrando: quem quiser plot e eu não tiver chamado no chat pode dar like aqui <3#gil tags: edits.#gil tags: fixado.
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Bloody hands: uma história trágica
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@beadickel obrigada por me inspirar a escrever uma crônica de um acontecimento cotidiano.
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Quando você passa os últimos dias, aflita, com medo de estar grávida de seu namorado que você assumiu um relacionamento há menos de três meses, estar menstruada é a melhor sensação do universo! Ora, dado o fato que seu amado já possui dois filhos de outro relacionamento, você tem total certeza de que ele é uma pessoa muito fértil e você poderia ser a mãe de uma terceira criança.
Mas isso, graças aos esforços da ciência, não é uma preocupação atual e você pode enfim relaxar, e, após dar uma aula online às dez da manhã de um sábado, por que não uma festa julina!
Teria sido melhor se não fosse um convite feito quinze minutos antes, mas num dia de inverno com um clima tão agradável, se prender no quarto não era a melhor das opções.
Me arrumei rapidamente, esvaziei meu coletor menstrual para evitar bagunças, até trancei meu cabelo e coloquei uma blusa de flanela para combinar com a vibe.
Apenas dez minutos de caminhada.
As crianças do meu namorado iriam se apresentar, meus sogros estavam lá e os dois pequenos ficaram super felizes em ver "a tia", o que poderia dar errado?
Bem, os dois meninos vomitaram depois de se esbaldar no pula pula, interditando o brinquedo.
Mas o que poderia dar errado? Crianças passam mal, isso faz parte.
Fomos então comprar comida, numa fila que dava voltas pelo espaço, talvez nunca viesse a acabar, mas nada poderia dar errado, além do fato do mais novo estar aos prantos querendo participar das brincadeiras que tinham filhas quilométricas.
Tudo bem. É uma criança que fez quatro anos há exatos cinco dias, não é esperado que ela entenda isso, está tudo bem.
E mesmo depois da fila de 87km, podemos pegar as fichas! Pagamento via pix ou dinheiro apenas. Sem problema nenhum, todo mundo tinha dinheiro... em suas contas bancárias. Em um mundo com transferências rápidas e sem taxa, problema nenhum... certo?
Acontece que por alguns anos trabalhei em telemarketing e aprendi uma coisa: telhas de zinco bloqueiam o sinal de internet. Logo, um galpão coberto inteiramente com telhas de zinco seria um grande problema!
Tentamos de todos os jeitos possíveis conectar em algum sinal, saímos para lá e para cá e nada de conseguir abrir os aplicativos do banco... Tinha como dar um jeito, eu tinha certeza mas outra coisa eu não tinha tanto: nessas andanças, senti um jato de sangue descendo por mim. Hora de esvaziar o coletor.
Quando criança, eu estudei naquela escola, então sabia onde tudo estava, especialmente os banheiros que estavam abertos ao público, ufa!
Fui até lá e eu deveria ter visto que as coisas não estavam no lugar certo, literalmente!
De cinco cabines, duas apenas tinham porta. Uma padrão, que o vaso sanitário estava cheio de... vou poupar os detalhes e a outra para deficientes cuja acento estava brilhando em dourado de tantas gotas de urina respingadas.
Tudo bem, eu não iria sentar, apenas esvaziar o meu coletor.
Porém, aquela posição não foi nada favorável para mim.
Assim que me abaixei e me posicionei, fui retirar o coletor que escapuliu de meus dedos, que consegui com destreza evitar que ele fosse ao chão... mas não seu conteúdo.
Sim, isso mesmo. O chão, o acento, minha mão e minhas roupas, tudo ensanguentado.
— Merda – eu disse brava comigo mesma.
Mas desde que uso coletor, essa não é uma situação atípica e eu tinha um casaco para amarrar na cintura, truque clássico pra disfarçar o desastre.
Peguei o papel higiênico, limpei o grosso do sangue de minhas mãos e fui então levá-las antes de limpar o resto da bagunça.
Congelei.
A torneira estava seca!
Arregacei até o final, na esperança de alguma gota e nada. Nadinha!
Lembrei da regra môr do Guia do Mochileiro das Galáxias: Don't Panic!
Mas acho que nem se eu tivesse uma toalha comigo serviria de alguma coisa.
Gastei mundos de papel higiênico e mesmo assim, o chão permanecia num tom de marrom avermelhado nojento. Eu só pensava o que pensariam quando vissem aquela bagunça! Achariam que sou uma mulher nojenta e desleixada e... MEU DEUS NÃO TERIA COMO DAR DESCARGA!
Dentro do sanitário, sangue escorrendo pelas laterais e eu não poderia fazer nada.
Então desisti.
Envolta em vergonha, tirei o resto do sangue em minhas mãos.
Fui atrás do meu namorado porque havia deixado meu celular com ele, na nossa saga de pagamento e apenas sussurrei: "Eu vou embora"
Os olhos dele se arregalaram e o puxei para um canto mais afastado. Tentava manter o tom mais suave possível. Não queria que ele pensasse que estava partindo por causa dos filhos dele agindo como crianças de 4 e 5 anos, ou por causa dos meus sogros. Expliquei toda a história como se fosse apenas um ocorrido engraçado, mas no fundo eu queria chorar de vergonha!
Ele concordou, disse que estava tudo bem, então fui embora com as mãos e todo meu corpo cheirando a sangue.
No meio do caminho me lembrei que não me despedi dos meus sogros nem das crianças. Desesperada, mandei uma mensagem rápida para ele, torcendo para que ele visse antes que as pessoas criassem uma má impressão de mim.
[6/7 13:17] kay: depois despede do pessoal por mim
[6/7 13:17] kay: meio que minha mão tava cheia de sangue aí né
No caminho, tentei manter o bom humor, pensando em como contaria essa história de uma forma cômica.
Em casa, sentada no vaso enquanto contemplo minha existência sangrenta, pensei: "Se prender no quarto era a melhor opção."
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Mães tem cheiros de flores,de almoços quentinhos,elas tem todos os aromas da vida,mães tem abraços quentes,abraços protetores,elas sempre serão os braços do mundo.
Jonas r Cezar
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Apenas um questionário de desenvolvimento e pra quem tiver interesse em saber um pouquinho mais da Lady Tremaine <3
Um agradecimento especial a player do @meowhile pelo edit lindo que me salvou nesses tristes dias de quem está sem ps.
Aparência:
- Qual é a sua aparência física? Ela tem 1,72 de altura. Longos e sedosos cabelos ruivos. Seus olhos são azuis.
Comportamento:
- Como é a sua expressão facial? Calma e pacífica na maior parte do tempo, costumeiramente passa a impressão de estar sempre observando tudo em seus mínimos detalhes.
- Você gesticula muito com as mãos? Muito pouco, apenas quando se vê necessário.
- Você tem algum hábito? Passar as mãos pelas vestes como se buscasse sempre às deixar impecáveis, franzir o nariz sempre que escuta algo que considera um absurdo.
- Como é a sua postura? Impecável, desde muito jovem teve aulas de etiqueta e isso transparece até os dias de hoje.
- Como você anda? Com graça e leveza, antigamente andava de forma mais rígida, mas depois do rebranding achou que seria melhor que mudasse sua forma de andar. Busca transmitir bondade e não que seja uma pessoa fechada.
- Como você gosta de se sentar? Com as pernas juntas ou cruzadas, as mãos repousando suavemente em seu colo, a coluna ereta e cabeça erguida.
- Você tem algum hábito incomum? Arrumar todas as suas coisas por cor ou ordem alfabética.
Saúde:
- Qual é a sua dieta? Perfeitamente balanceada. Ela gosta de se manter saudável e apenas comer do bom e do melhor, ela é uma dama refinada.
- Como é o seu padrão de sono? Quando nada abala sua rotina, ela tem um sono perfeito e ininterrupto de oito horas.
- Você pratica exercícios regularmente? Sim, buscando sempre um cuidado maior com sua saúde, ela se exercita.
- Você é muito ativo ou preguiçoso? Diria que certamente não é preguiçosa e que possui mais energia do que presumiriam para alguém de sua idade.
- Você toma algum medicamento regularmente? Não.
- Você tem alguma doença física ou lesão crônica? Não, nada.
Pessoal:
- Você é introvertido ou extrovertido? Introvertida.
- Você é otimista ou pessimista? Ela diria que é realista… Ou melhor, para o bem de sua imagem, ela é otimista!
- Qual é o seu gênero e sexualidade? Cis-gênero feminino e heterossexual
- Você tem inclinação para o romance? Pessoalmente não, depois de tudo que ela já passou depois de dois casamentos? Nuh-uh. Mas como a dona de uma agência de casamentos em um mundo encantado que valoriza o amor verdadeiro… Ela está sempre aberta à possibilidade de um novo amor. (Insira aqui um revirar de olhos)
- Como é a sua memória? Considerando seu rancor? Excelente.
- Você é bom em planejar? Sim, ela diria que o problema não costuma estar em seus planos, mas sim nos incompetentes que falham e os realizar.
- Você passa muito tempo refletindo sobre a vida? Não tanto quanto deveria, preocupação demais gera rugas.
- Você confia na sua intuição? Sim, acredita que tem instintos excepcionais.
- Você é bom em resolver problemas? Sim, se não fosse não teria chegado tão longe.
- Quais são os seus objetivos de vida? Ser feliz.
- Quais são as suas inseguranças? Ela possui um grande receio de ser vulnerável e se conectar verdadeiramente com as pessoas apenas para ser traída ou as perder. Se sente insegura em relação à própria aparência. Tem receio de nunca conseguir reatar uma boa relação com suas filhas. Tem receio de ser imperfeita.
Passado:
- Como foram as suas relações com seus pais? Quando criança ela teve uma ótima relação com os pais, ainda que sua mãe sempre tenha sido um pouco mais rígida com ela. Foi uma grande lástima quando os dois partiram, a mãe faleceu quando ela tinha seus treze anos e o pai adoeceu logo após o seu primeiro casamento com Lorde Tremaine.
- Como foi a sua adolescência? Complicada após a perda da mãe, mesmo que seu pai fosse muito afetuoso haviam assuntos que apenas uma dama poderia lhe ensinar e por muitos anos dela dependeu de suas tutoras para que aprendesse como se portar de maneira adequada e ser a dama perfeita que sua mãe sempre quis que ela fosse.
- Como foi sair de casa pela primeira vez? Aterrador, mas maravilhoso já que saiu de casa apenas quando se casou com Francis, ela estava apaixonada e imensamente feliz. Mesmo que tivesse seus receios agora que ela teria novas responsabilidades, temia não estar à altura do marido e do que a sociedade esperava dela.
- Você frequentou a faculdade? Como foi? Não existe bem isso, mas ela teve ótimos tutores durante toda a vida e por isso possui uma educação exemplar.
- Qual foi o seu primeiro emprego? Você gostou dele? Considerando como as coisas eram na época dela, pode-se dizer que seu primeiro emprego foi como esposa e administradora das terras de seu marido. Algo que ela criou certo gosto por, sempre gostou de manter tudo alinhado como tinha de ser.
- Você teve algum evento significativo que moldou sua vida? A morte de Francis. Ele havia sido seu grande amor e o melhor marido que ela poderia ter pedido por… A morte dele abalou ela mais do que ela mesma teria previsto, era a única coisa para qual ela sequer havia pensado em se preparar para. Pela primeira vez em sua vida ela não sabia como agir ou o que fazer, toda sua imagem de graça e leveza sendo quebrada pelo luto enervador que se enraizou em seu peito. Sequer sabia o que dizer às filhas ainda crianças, mas garantiu que essa fosse a última vez que Anastasia e Drizella a veriam chorar. Foi a partir disso que sua postura se tornou mais rígida e o amargor tomou conta de seu ser, tudo que lhe restava eram as filhas e ela garantiria que as duas tivessem a vida perfeita.
Relacionamentos:
- Quem você considera sua família? Atualmente, apenas suas filhas e seu gato, Lúcifer.
- Como são suas amizades? Geralmente pessoas que possam lhe beneficiar, ela dificilmente confia em qualquer uma delas de verdade.
- Como você ajuda amigos em tempos difíceis? Com presentes ou favores. Ou escutando desabafos e não julgando.
- Você procura ajuda dos amigos quando precisa? Não. Ela prefere fazer tudo sozinha, se quiser algo bem feito faça você mesma.
- Como você lida com desentendimentos? Com uma conversa franca (Ou não) e buscando um meio termo.
- Como você aborda o romance? Ela foge. Atualmente ela não possui qualquer interesse em romance, a mera ideia de se permitir ser vulnerável com alguém outra vez lhe causa calafrios.
- Como você lida com problemas no relacionamento? Com uma conversa madura, novamente, sempre buscando encontrar um ponto de compreensão mútua.
Interações:
- Como você se relaciona com os outros? Com educação e polidez. Busca manter certa distância emocional, ainda que não deixe de sorrir e ser simpática.
- Você é afetuoso fisicamente? De maneira alguma, isso não seria adequado para uma dama. Ainda que um dia ela já tenha sido mais afetuosa fisicamente, mas apenas quando Francis ainda era vivo.
- Você prefere grandes grupos ou interações mais íntimas? Opta por interações mais íntimas já que lhe permite observar com mais cautela apenas uma pessoa, facilitando sua comunicação.
- Você é aberto com estranhos? Jamais. Ela não é aberta nem com conhecidos.
- Como você lida com críticas? Atualmente? Ela apenas sorri e acena. Se ela vai realmente levar em consideração o que você disse? Bom, no dia que você for uma pessoa que ela tem estima por, ela pensa no seu caso.
Vida:
- Qual é a sua carreira e como você se sente sobre ela? Dona de uma agência de casamentos e consultoria de imagem & etiqueta. Ela se sente feliz em garantir que mais pessoas possam agir de maneira cordial e elegante, já que suas filhas não fizeram uso dos ensinamentos dela, certamente estranhos o fariam. E bom, uma agência de casamentos em um mundo que valoriza o amor verdadeiro e a busca por ele parece ser o negócio ideal.
- Você é independente? Sim, se tornou extremamente independente depois da morte de Francis.
- Você tem habilidades domésticas? Como uma lady que foi criada para nunca ter de realizá-las? Ela diria que não possui muitas, opta por sempre ter empregados quando possível. É uma péssima cozinheira.
- Como você lida com dinheiro? Apesar das más línguas, ela lida consideravelmente bem. Ela diria que quem lhe deixou em péssimas condições foi o fato de ter enviuvado e os impostos do reino.
- Você tem família, filhos ou animais de estimação para cuidar? Sim, ainda sob seus cuidados está sua filha, Drizella e seu gato de estimação, Lúcifer. Anastasia já não mora mais consigo e por isso não lhe é mais uma responsabilidade.
- Você já teve problemas legais ou médicos? Ela diria que não e que qualquer coisa que seja falado o oposto disso em Castle of Dreams não passa de calúnias.
- Quais são os seus hobbies? Jardinagem, bordar, tocar piano, ler e dançar.
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Mais um mês que fui muito leitora, e dessa vez foi bem versatil. Teve classico e gótico nacionais, alienigena, suspense viciante, e meu primeiro livro do Gabriel Garcia Marquez.
1 - As Meninas - lygia Fagundes Telles.
O livro se passa no auge da ditadura militar brasileira, e as protagonistas se deparam com um mundo conturbado, marcado por rápidas transformações, sexo, drogas e repressão política.
mini review: Esse livro foi muito pessoal, é como se a gente estivesse dentro de cada uma das personagens, ouvindo seus pensamentos de angustia, sabendo de seus traumas, os sonhos e medos delas, quando terminei senti muita falta delas.
2 - Crônicas de Uma Morte Anunciada - Gabriel Garcia Marquez.
Conta a história do assassinato de Santiago Nasar, um crime anunciado e conhecido de todos os habitantes de um pequeno povoado do Caribe colombiano.
mini review: Umas das fofocas mais deliciosa do mundinho literario, nao consegui parar de ler ate descobrir tudo sobre essa morte.
3 - Noite na Taverna - Alvarez de Azevedo.
A história se passa em uma taverna no século XIX e é contada por cinco amigos: Solfieri, Bertram, Gennaro, Claudius Hermann e Johann. Os amigos compartilham suas histórias de amor, que são intensas e loucas, e que marcaram suas vidas com atos infames.
mini review: O autor sabia que nao existe nada mais assustador que o ser humano.
Sem Saida - Cara Hunter.
O livro se passa durante as férias de Natal, quando duas crianças são encontradas entre os escombros de uma casa em chamas em Oxford. As perguntas que surgem são: como duas crianças tão pequenas foram deixadas sozinhas em casa? Onde está a mãe? E por que o pai não atende o telefone?.
mini review: trama envolvente e extremente viciante, meio obvio, porem, a fofoca de familia é deliciosa.
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Vocês viram ZELIE ADEBOLA, de FILHOS DE SANGUE E OSSO/CRÔNICAS DE ORÏSHA, pelas ruas da cidade? Nem me lembrava que se parecia tanto com CHINA ANNE MCCLAIN no auge de seus VINTE E CINCO anos. Apesar de ser natural de ELYSEON, pode ser encontrada em VERIDIAN agora, trabalhando como PROFESSORA DE AUTO DEFESA. Dizem que ela é DESCONFIADA E FECHADA, o que não exclui o fato de também ser CORAJOSA E COMPASSIVA.
ABOUT
A mãe de Zelie morreu quando ela era criança, não se lembra muito bem, mas disse o pai que foi um acidente horrível. E por isso, agradece as vezes por não ter lembranças do dia, apenas do sorriso enorme que a mãe dava quando via ela e seu irmão mais velho.
Aprendeu a se defender com o pai e o irmão, porque eles passavam muito tempo fora de casa e muitas vezes a jovem voltou sozinha da escola ou da casa de um amiga, então acreditavam que ela aprender a se defender era essencial.
Sempre foi uma criança muito desconfiada e mais quieta do que as outras, sempre observando o ambiente e raramente se aproximava de estranhos.
Resolveu se tornar professora de defesa pessoal para poder manter outras mulheres mais seguras nas ruas das cidades. Além de revezar com o irmão os cuidados com o pai doente.
Já se meteu em alguns problemas quando era adolescente, especialmente por não saber manter a boca fechada quando vê uma injustiça ou algo que não acha certo sendo feito bem diante dos olhos das pessoas.
MORE
>> seus cabelos tem mechas brancas desde que se entende por gente e acha muito bonito, assim como seus olhos que são acinzentados;
>> tem dois gatos de estimação chamados Ayê e Nanã que apareceram dentro de uma caixa, na porta de seu apartamento no mesmo dia que mudou;
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Filhos da mãe
Preparados para mais um desafio de escrita?
Olá, Seguindo o ritmo dos desafios de escrita, nesse 2023, venho te convidar a escrever uma crônica a partir do provocativo tema: filhos da mãe… Que tal? Esfregou as mãos, aí? Vamos lá: mãos a obra… escolha uma história pitoresca de um filho ou filha da mãe e compartilhe com a gente. Estou animadíssima para ler a sua narrativa nesse mês de maio, conhecido por aqui, como o mês das mães. Para…
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#chamada para publicação#coletivo scenarium#crônica#desafio de escrita#desafio de maio#filhos da mãe
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